sexta-feira, 4 de junho de 2010

Eliminar as frustações

Mudanças sempre vem para o bem, uma vez me disse meu tio quando estavamos nos mudando de Balneário Camboriú para Joaçaba. Bem, confesso que o inicio dessa experiência não foi muito agradável, muitas resistências em enfrentar a nova realidade. Mas, como todo ser vivo, não fugi a lógica de Darwin, e consegui me adaptar a nova morada, todavia não a nova cidade.

Jardim da nossa casa

Engraçado que passados três anos e picos, ainda não consigo me adaptar a este lugar. Aqui me sinto oprimida, abafada, sem ar. E não descubro o motivo. Já tentei buscar explicações na história local. Em dados sociológicos. Nas personalidades de quem aqui vive. Em seus modos de vida. Mas, não encontro um parâmetro para auferir meu desconforto. 

Ontem em um agradável café durante a XI Jornada Jurídica, patrocinado pelo meu aluno e amigo Gustavo, conversava com outra aluna que me confidenciava sua vontade em mudar de Joaçaba. Perguntei a ela o que a motivava, razões familiares ela me disse. Também comentei com ela sobre minhas intenções em buscar novos horizontes, já que não escondo de ninguém meu descontentamento, o que devo parar de fazer, e, sabiamente, ela relacionou esse meu desconforto com a posição geográfica de Joaçaba!? 

                           
                                            Joaçaba, Santa Catarina

Como assim??? Segundo sua teoria, lugares que se desenvolvem em vales, nos causam essas sensações, já que em lugares planos podemos tranquilamente avistar o horizonte e respirar o ar. Acho que deve ser por isso amo o litoral. Meu horizonte certamente é o mar.

Lembro que quando morava em Balneário, por diversas vezes ao olhar o mar, quando estava sentada na areia da praia ou assim que abria a cortina do meu quarto para dar bom dia ao novo dia, sentia uma grande sensação de paz e tranquilidade ao olhar meu horizonte.

                              
                           Ilha das Cabras - Balneário, vista de todas manhãs

Às vezes me apego a essa nostalgia. Sempre acreditei que Joaçaba seria uma boa cidade para criar meus filhos, constituir minha família e desenvolver minhas atividades profissionais. Mas, em algum momento, esse sentimento se perdeu. 

O que será que me desiludiu em Joaçaba? Ou será que nunca aceitei de verdade nossa vinda para cá? Enfim, já não me interessam mais as respostas. Cansei de procurar os motivos. Sei que preciso eliminar de vez essa minha frustação.

Ainda me restam mais 2 anos nesse lugar. Aqui quero ter uma filha, joaçabense, aumentar a prole enquanto aguardamos a conclusão dos estudos do André, além de aproveitar esse tempo para desenvolver com mais afinco minha preparação para a diplomacia, a qual certamente me possibilitará trocar muitas e muitas vezes de lugar. E, experimentar, sempre que possível, novos ares, novas culturas, novas pessoas e, principalmente, novos oceanos. Então, viva Joaçaba!

                                   

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