quinta-feira, 17 de junho de 2010

Uma conversa no MSN

Professora,
Por que tem pessoas que quando acham que sabem de algo, se tornam arrogantes??
Dizem que o poder sobe na cabeça das pessoas...
Por que o estudo sobe na de algumas?!


Carolina diz:
Porque o ser humano é podre.
Quando tem uma atitude assim é pequeno e vazio, mas acha que consegue impor seu poder por sua supremacia imbecil.
Pode saber mais que você, mas nunca será melhor do que você agindo assim.
Por que quem te tratou assim?

Eu sou assim, e, eu concordo plenamente com você.

Carolina diz:
Você é arrogante?
Eu já fui, mas não vale à pena.
A vida é maior que isso

Às vezes, eu acho que é uma das formas que eu acho pra tentar suprir algumas coisas que faltam na minha vida. 
Difícil você entender isso.
Você é extremamente humilde, por isso eu vim pedir conselhos pra você.
Essa questão de ser pequeno, vazio, é assim que me sinto.
E, é por isso que eu busco mudar, busco ser humilde, mas é tão difícil.
Ser humildade é uma dádiva.


Carolina diz:
Relaxe.
Esse é o segredo.
Não leve tudo a serio.
Descontraia.
E, o principal:
Aceite as pessoas como elas são.
Guarde para você as falhas delas.
Esse é o seu trunfo.
E, só o use se precisar.
Não fira por ferir, porque ai quem se fere é você.
Sacou?


Eu firo sem querer, profe.
Na maioria das vezes.
Curta isso aqui.
Vou mandar pra você.

. . . diz:
*tá bom. tá bom..
*hsuahsuahsuahsuahsuahs
*você tirou 6.5 na prova né?
*7,5

. . . diz:
*meu q chato você
*perdi 0.7 porque não falei que STF é Supremo Tribunal Federal, STJ é Superior Tribunal de Justiça
*e por aí vai
*haha
*podia ter tirado 8,2

. . . diz:
*isso. . humilhe... agora da uns pulinhos em cima pra ter certeza q eu fiquei bem no chão....
*uahsuahsaushauhsuahsauhsuahs brincadeira

*quanto você tirou meu amor?
*eu vi sua prova de longe... você não sabia a estrutura do judiciário
*você é inteligente flor...
*tem que se esforçar um pouquinho mais
*eu te ajudo no que puder
*e você me ajuda no que souber
*vai por mim coração... você consegue chegar lá em cima
*mas se você não se esforçar não vai dá :/
*você só vai ter um diplominha na tua parede..

Foi sem querer, sabe??????? Mas, eu fui muito idiota.
Afe.
Não foi com intenção de machucar ela.


 Carolina diz:
Nossa! Não acho isso não.
Acho que você foi super sensato.
Ainda ofereceu ajuda.
Foi humilde, sim. Em querer compartilhar o seu conhecimento.
Não se sinta mal.
Você agiu muito bem em minha opinião.
Ela que não estudou, não se esforçou por algum motivo que eu desconheço.

Porra, profe!
Eu só acho um absurdo a pessoa chegar na 4ª, 5ª fase e não saber a estrutura do judiciário.
Não saber o que é o STF, STJ e não saber o que é uma jurisprudência.
Eu gosto dela.
Só quis ajudar de uma forma que não ofendesse.

Carolina diz:
Você não ofendeu ao meu ver.

Ela disse que estudou muito, que se esforçou muito.
O que quê eu vou fazer?
Não sei, eu acho que ofendi...


Carolina diz:
Nem sempre falamos a verdade...
Pode ser que ela tenha mascarado os fatos ou só passou a estudar agora.

Sabe o que acontece?
A pessoa não estuda o semestre inteiro.
Vai lá, estuda 8 horas sem parar e acha que se matou estudando, aí dá nisso!

Carolina diz:
Sim, isso mesmo.
Muitos alunos meus vão levar ferro na G2 porque não estudaram ao longo do semestre.
A prova é única no semestre e todos já sabem disso. Desde a apresentação do plano de ensino.
Ai vão estudar dois dias antes e acham que vão se dar bem.
Tomará que se dêem, mas acho pouco provável.
Na verdade, vão poucos para o exame porque tem boas medias de G1.
Mas, é assim muitos levam desta forma.


 Profe, você disse que eu não fui arrogante porque você se colocou no meu lugar, e, você falando isso para alguém é diferente. Porque você é alguém que sabe, você é muito inteligente, você estudou muito quem sou eu pra falar alguma coisa??????
Eu tenho mais é que abaixar a cabeça.

Carolina diz:
Obrigada, mas acho que minha grandeza ta na minha experiência, e te confesso, me sinto muito burra ainda.
Sou um eterno aprendiz.
Hoje mesmo, aprendi muitas coisas na visita com os alunos da 5ª fase ao Juizado Especial Cível.

Todos são.
Como você faz pra atingir essa humildade?
Estou dando pra ti uma tarefa bem mais difícil do que dar aula, isso que dar aula deve ser muito difícil.
Tem que ser muito foda.



Carolina diz:
É difícil mesmo, mas é viciante.
Sei lá, a vida me ensina sempre.
Estou sempre pronta para enfrentar a dor ou o amor.
Gosto da verdade, por mais dura que ela seja.
Cresço com a dor e me curo no amor.
Vejo o simples e nele descubro o belo, o mais belo.
Não priorizo o material, o meu espírito é que deve ser grande.
Acho que o segredo é que me permito sentir qualquer sentimento, e não tenho vergonha dele.
Sempre fui muito chorona, nossa, choro muito.
Por tudo.
Sou hipersensível, e, já senti vergonha por isso.
Aprendi a lidar com esse sentimento e hoje choro sempre que quero; não me afeta que seja na frente dos outros.
Permito-me.

Também já me senti o bicho da goiaba.
Eu era muito feia.
Muito nariguda na minha opinão.
E, depois que fiz plástica, mudei de dentro para fora e não fora.
Passei a ter autoconfiança e me abri para o mundo.

Oi, você pode chamar a Carolina professora?
Não conheço a Carolina poeta.
Prazer!!!
Você vem sempre por aqui?
hehehheh
Muito bonito tudo que você escreveu profe.
Muito mesmo.

* eu era muito feia
*muito nariguda na minha opinão
*e depois que fiz plástica,
*mudei de dentro para fora e não fora
*passei a ter autoconfiança
*e me abri

O segredo é ficar bonito(a) então??? heheheheh
Estou brincando.

Carolina diz:
heheheh
Não foi a plástica estética reparadora que me mudou.
Foi a minha atitude perante o mundo.
Tudo é atitude.

Mas coooooooomo?

Carolina diz:
Sei lá, me deixa pensar...
Eu passei a me achar bonita; e, nem acho que meu nariz ficou perfeito.
Pensei que fiquei linda, e me tornei.
Deixei de andar de ombros encolhidos.
Abri meu peito e segui pela vida assim a partir daquele momento.


Muito bom!
Vou meditar um pouco.
Preciso refletir
Obrigado pelos conselhos, minha profe, minha amiga!

Carolina diz:
De nada!
Você é lindo, só precisa se abrir.
E seu processo será rápido.
Se permita.
Eu crio o meu filho sem medos
Ele acha que o lobo mau é amigo dele.
Eu tenho medo de me abrir, por isso não me abro.
Tenho medo do resultado

Carolina diz:
Não tenha.
Tais perdendo tempo.
A dor sempre existirá.
Deixe que ela chegue o quanto antes.
Porque há muitas coisas lindas por vir depois dela.


Você salva as conversas?
Gostaria que você me mandasse essa.
Para eu guardar aqui.

Carolina diz:
Não, mas tava pensando em publicar no meu blog.

Tem minha permissão.

Carolina diz:
Legal, obrigada.

Publica, aliás, segredo nosso, tá?

Carolina diz:
Então a coluna dessa semana será essa!
Fechadíssimo, segredo editorial, hehehe.

Certo!
Vou sentar, preciso mesmo dar uma pensada.
Há algum tempo vejo que estou me tornando alguém que não quero ser; o pior de tudo é você ver isso e não conseguir mudar, mas eu vou conseguir... hehe
Beijo profe!

Carolina diz:
Lógico que vai!
Beijos!

sábado, 12 de junho de 2010

Lages, minha história, minhas raízes

Lages dos Meus Tempo de Guri

 “Vamos ver se nos lembramos de detalhes daqueles tempos,
 naquela terra tão fidalga, a Princesa da Serra."

Saudade dos dos meus tempos de guri. As moças dirão, dos tempos de guria. De repente era o tempo das bolinhas de gude, que em Lages eram chamadas de bolas de vidro. Havia um tipo mais especial, que eram as paulistinhas. Tempo das Pandorgas, da funda (atiradeira), das balas com figurinhas premiadas, etc...


Tinha o passeio na praça João Costa, nos finais de semana, quando as moças desfilavam nas calçadas e o rapazes ficavam na rua, que estava fechada ao tráfego. Lembram da sessão de domingo do cine Marajoara. Na hora da saída, o bar marrocos ficava lotado. Alguns tomavam uma cuba libre, outros pediam um creme "Rei Alberto". O pessoal ficava discutindo os sucessos esportivos do Time do "Aliados". Todo mundo dizia que o bar da moda era o da dona Vera e Seu Henrique. O Garçom era o Alfredo.


Os bailes no clube 14 ou no primeiro de Julho ou no Princesa eram maravilhosos. As orquestra "Suspiros de Espanha" e o conjunto do "Norberto Baldof" visitavam Lages e todo mundo comparecia e dançava com sua namorada de fé.A grande maioria até hoje estão unidos curtindo os netos. As exposições eram motivo de encontro para todos.


Me lembro de uma festa no Santa Rosa, quando os rapazes podiam adentrar o ambiente . Lembram-se dos pic-niques no despraiado do Paulo da Tafona? Vamos citar os colégios da época: Grupo Vidal Ramos, Escola da Dona Ida, o Coleginho São José. Depois a turma fazia o admissão e ingressava do Colégio Vidal Ramos, no Diocesano, ou no segundo grau do Santa  Rosa (só para meninas). Neste colégio tinha o internato. Professores - no Vidal Ramos: Galileu, Husadel, Argeu Furtado, Paulo Michels, Delwing, Carlinhos Wagner, Dona Nídia, Dona Lourdes. O secretario Julinho, Horacio Lenzi, Roberto Ferreira, Jorge Barroso, Dona Leda, Henkmayer, Hibelmar, e outros. Ajudem a acrescentar nomes. No Diocesano: O Teacher Neiva, os freis Odorico, Junípero, Adelino, Prof. Walter Dachs, solicito ajuda para acrescentar nomes. No Santa Rosa: As meninas falavam muito nas Irmãs: Ivone, Erotides, Claudete, Marlize, Dulcema e Alcina., Professores: Walter, Rute Mendonça e Ilze Amaral.


Havia as academias de oratória, Rui Barbosa e Frei Veloso. No grupo de Escoteiros tinha o chefe Heliodoro Muniz. Havia o time de futebol de salão Helio Moritz, com seu campeões. No sinuca Carajá, reuniam-se esmerados jogadores e assistentes. Dizem que o seu João Andrade era o expert no jogo de carambola.


Vamos lembrar ao acaso alguns nomes de personalidades e  figuras populares lageanas: Seu Vidalzinho, Sr. Estevam Freitas e seu aviaozinho, maestro Ponce, Dr. Armando Carvalho, Dr Joao Costa, Dr. Araujo , Dr. Célio, Dr. Acacio, Dr. Joaquim Ramos o Seu Mario Portugues, o Fiuza Carvalho, Teodorico Moritz Carvalho, Celio Castro, Guiorzi, o Gamborgi, o Furtado, Srugo, Socas, Rodolfo, Krebs, Vieiro, João Araújo Vieira, Tácio, Dona Lotinha, Dr. Bastos, Dr. Heliziario, Mario Souza, Sebastião Lopes,  Lucena, o Braesher, Paulo Broering, etc... Sobrenomes: Waltrick, Sell, Bianchini, Coelho, Arruda , Vieira, Araujo, Ribeiro, Ramos, Carvalho, Moritz, Furtado, Gamborgi, Neves, Varela, Koech, Ávila, Wagner, Antunes, Duarte, Costa, Carnevali e por aí vamos. Podem acrescentar. Aliás, peço que acrescentem.


O segundo Batalhão Rodoviário, com seus integrantes, comandantes, oficiais e sargentos que criaram raízes em Lages. Não vamos, nos preocupar com ordem cronológica. Basta citarmos nomes ou fatos, que já estaremos lembrando a historia de Lages daquela época. Podemos inclusive, no inicio deste trabalho, postergamos a correção do Português, pois isto é um rascunho em aberto à cooperação dos contemporâneos.


Não podemos deixar de citar o Dom Daniel Hostin, o frei Adelino, o Padre Antídeo Vargas Festas: Haviam as festas da Santa Cruz, São João etc..., que duravam dias. A procissão de Corpus Christi e a procissão das lanternas acesas. As noites do céu de Lages eram super povoadas de estrelas. O frio era de gelar os pés. Cinemas: O Poeira, o Marajoara, o Tamoio, e depois o Marrocos. A Radio Clube de Lages e depois a Diário da Manha e a Princesa.


Me lembro que Lages teve até a TAL= Transportes Aereos Lageanos, TAC, Cruzeiro do Sul e Varig. Estabelecimentos Comerciais: O Armazéns tipo o do Seu Avelino Troian, onde se comprava com caderneta. A Galeria da Moda, Farmácia do Sr. Silva, a Bota de Ouro, o Bertuzzi&Ribas, O Hoepck, o Buatim, a Selaria Lelé dos Carsten, o Urgel Camargo, o Foto Rex e Foto Bampi, a Funerária, etc... Os cafés onde os fazendeiros acertavam as negociações de gado e pinheiro e o famoso dinheiro à juro. Haviam as corridas de carros. Na politica a competição era entre o PSD e a UDN. Por hoje paramos aqui.


Cada um que receba esta mensagem, acrescente alguns detalhes guardados na memoria e repasse. Isto é apenas um exercício de recordação daqueles tempos e daquela terra que embalou nossa juventude. Acabei de me lembrar que haviam também os carros de mola, a pomada minancora, a parquetina, biotonico Fontoura, Revistas O Cruzeiro e Manchete, fogão Geral ou Walig, o capilé, Crush, Glostora, Gumex, Pilulas de vida Dr. Ross e muitas outras marcas famosas. Se esqueci alguma coisa, mais uma vez peço que acrescente e repasse.


Abraços Eraldo Carvalho, lageano, militar, atualmente morando em Curitiba e Balneario Camboriú.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Eliminar as frustações

Mudanças sempre vem para o bem, uma vez me disse meu tio quando estavamos nos mudando de Balneário Camboriú para Joaçaba. Bem, confesso que o inicio dessa experiência não foi muito agradável, muitas resistências em enfrentar a nova realidade. Mas, como todo ser vivo, não fugi a lógica de Darwin, e consegui me adaptar a nova morada, todavia não a nova cidade.

Jardim da nossa casa

Engraçado que passados três anos e picos, ainda não consigo me adaptar a este lugar. Aqui me sinto oprimida, abafada, sem ar. E não descubro o motivo. Já tentei buscar explicações na história local. Em dados sociológicos. Nas personalidades de quem aqui vive. Em seus modos de vida. Mas, não encontro um parâmetro para auferir meu desconforto. 

Ontem em um agradável café durante a XI Jornada Jurídica, patrocinado pelo meu aluno e amigo Gustavo, conversava com outra aluna que me confidenciava sua vontade em mudar de Joaçaba. Perguntei a ela o que a motivava, razões familiares ela me disse. Também comentei com ela sobre minhas intenções em buscar novos horizontes, já que não escondo de ninguém meu descontentamento, o que devo parar de fazer, e, sabiamente, ela relacionou esse meu desconforto com a posição geográfica de Joaçaba!? 

                           
                                            Joaçaba, Santa Catarina

Como assim??? Segundo sua teoria, lugares que se desenvolvem em vales, nos causam essas sensações, já que em lugares planos podemos tranquilamente avistar o horizonte e respirar o ar. Acho que deve ser por isso amo o litoral. Meu horizonte certamente é o mar.

Lembro que quando morava em Balneário, por diversas vezes ao olhar o mar, quando estava sentada na areia da praia ou assim que abria a cortina do meu quarto para dar bom dia ao novo dia, sentia uma grande sensação de paz e tranquilidade ao olhar meu horizonte.

                              
                           Ilha das Cabras - Balneário, vista de todas manhãs

Às vezes me apego a essa nostalgia. Sempre acreditei que Joaçaba seria uma boa cidade para criar meus filhos, constituir minha família e desenvolver minhas atividades profissionais. Mas, em algum momento, esse sentimento se perdeu. 

O que será que me desiludiu em Joaçaba? Ou será que nunca aceitei de verdade nossa vinda para cá? Enfim, já não me interessam mais as respostas. Cansei de procurar os motivos. Sei que preciso eliminar de vez essa minha frustação.

Ainda me restam mais 2 anos nesse lugar. Aqui quero ter uma filha, joaçabense, aumentar a prole enquanto aguardamos a conclusão dos estudos do André, além de aproveitar esse tempo para desenvolver com mais afinco minha preparação para a diplomacia, a qual certamente me possibilitará trocar muitas e muitas vezes de lugar. E, experimentar, sempre que possível, novos ares, novas culturas, novas pessoas e, principalmente, novos oceanos. Então, viva Joaçaba!